terça-feira, 17 de novembro de 2009

"Todo ponto de vista..."

Diego
Graduando em Psicologia - IMED

A concepção holística de mente, para alguns profissionais da saúde, pode parecer muito tentadora quando se confunde com “sobre-naturalidade”. Pensa-se que a mente interfere no corpo, ou vice-versa, numa mesma medida, e aí temos um problema quanto às interpretações que se fazem acerca disso.O mesmo problema acontece quando falamos em funções cerebrais. A mente humana, assim como todas as atividades mentais, não existe como sujeito, justamente por não passar de um subproduto das funções deste órgão do corpo humano chamado de cérebro. Ou seja, todas as atividades “mentais”, como a sensação, atenção, percepção, memória, etc., não passam também de subprodutos de funções cerebrais complexas.O cérebro trabalha de forma conjunta com todas as suas partes, que são responsáveis pelas demais atividades. É nesse contexto que podemos afirmar a existência do termo “holístico”, - um cérebro que trabalha em conjunto com suas partes (seus lobos, temporal, frontal, occipital e parietal) ao mesmo tempo.A idéia de que todo desempenho cerebral possui sua individualidade funcional é totalmente válida. Desta forma, o conceito platônico da alegoria da caverna não é de todo errôneo; uma vez que a percepção humana acerca das coisas e fatos ao seu redor é resultado dos seus processos cerebrais, ela não deixa de ser subjetiva. Quem garante que não estamos a ver apenas as sombras refletidas na caverna?Logo, aquilo que você vê e reconhece como uma folha, não é uma folha (sujeito), mas sim, estímulos externos interpretados pelas diversas áreas do seu cérebro. Não obstante, ouso afirmar que o cérebro é a grande chave para a realidade em que vivemos, seja ela interna ou externa, objetiva ou subjetiva, e que talvez, nunca chegaremos a conhecê-la tal como é. Por fim, parafraseando o grande teólogo Leonardo Boff, termino dizendo que “todo ponto de vista, é a vista de um cérebro”.

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